Wise / G. / Hansen | Sexo no carro: 9 contos eróticos em colaboração com Erika Lust | E-Book | www.sack.de
E-Book

E-Book, Portuguese, 125 Seiten

Wise / G. / Hansen Sexo no carro: 9 contos eróticos em colaboração com Erika Lust


1. Auflage 2023
ISBN: 978-87-28-54043-5
Verlag: LUST
Format: EPUB
Kopierschutz: 6 - ePub Watermark

E-Book, Portuguese, 125 Seiten

ISBN: 978-87-28-54043-5
Verlag: LUST
Format: EPUB
Kopierschutz: 6 - ePub Watermark



'Virei a cabeça rapidamente e a vi parada atrás da janela do meio, na sala, olhando para mim. Ela logo se aproximou, ainda vestindo seu quimono de flamingos. Me passou um copo de água gelada. Pus o copo na boca e imaginei seu corpo nu.' Quando o prazer e a oportunidade se encontram, você vai resistir?A coletânea Sexo no carro: 9 contos eróticos em colaboração com Erika Lust vai realizar suas fantasias de verão mais quentes. Você sempre sonhou em transar com seu professor, em cima da mesa? Ou com o moço da piscina, em meio ao jardim? Talvez você tenha desejado se envolver com um desconhecido para algumas horas de prazer e descobrir que vocês têm tudo para continuar juntos. Esta coleção inclui:O feminista O diamante vermelho Nova Amizade Seduzida na biblioteca O acompanhante Sexo no carro O faz-tudoVoando alto À Mercê do meu Mestre -

Os contos desta coletânea foram publicados em colaboração com a produtora de cinema sueca Erika Lust. Sua intenção é retratar a natureza e a diversidade humanas por meio da paixão, intimidade, amor e desejo em uma fusão de histórias poderosas e cheias de erotismo.Esta coletânea inclui contos eróticos escritos pelos seguintes autores da LUST: Olrik, Sarah Skov, Andrea Hansen, Linda G., Marianne Sophia Wise e Reiner Larsen Wiese
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O feminist
Um conto erótico


Nós falávamos sobre tudo e sobre nada. Ríamos e falávamos do futuro, mas nunca do nosso próprio. Falávamos sobre o futuro do país e do povo. Falávamos sobre os políticos, os estudantes e as mulheres, mas nunca sobre nós dois. Falávamos sobre tudo que achávamos que tinha um futuro. Nós nunca tivemos um, e talvez seja por isso que era tão melancólico: sabíamos que não iríamos durar. Talvez essa seja a razão por que nos perdíamos completamente juntos. Sabíamos que nunca nos veríamos nos momentos mais difíceis da vida porque os pensamentos abstratos que teciam uma teia entre nós e nos aproximavam nunca se concretizariam. Inevitavelmente nós nos transformaríamos em roupões de banho surrados e uma casa de subúrbio. Os sonhos iam longe nos anos 60, mas nós estávamos convictos de que tudo era possível – inclusive foder com o professor na mesa dele, com o resto da universidade circulando no corredor sem nem suspeitar.

*

Assim que termino de escrever, penso nele. Tornou-se um hábito meu. Quando acabo uma matéria e me recosto na cadeira, meus pensamentos encontram-no e sua expressão séria, sua língua molhada, seus braços fortes e seu pau duro deslizando dentro de mim. Eu salvo o documento e a memória desaparece tão rápido quanto tinha aparecido. Assim como o ponto final é seguido por uma lembrança dele, uma matéria concluída é seguida por um merecido cafezinho e um cigarro. Quando decidi me tornar jornalista freelancer, eu tinha medo de não conseguir trabalho suficiente. Meus temores logo desapareceram, e estou mais próxima de ter trabalho demais do que o contrário. Dou uma olhada de relance no espelho do corredor, bagunçando o cabelo para dar um pouco de volume. Aplico um pouco de delineador preto com gestos rápidos e experientes, borrando um pouco para suavizar a expressão.

Antes de deixar o espelho, aperto os lábios e umedeço-os com protetor labial. Passo um lábio contra o outro para espalhar a camada uniformemente. Lanço um olhar para a cozinha. Está uma zona. Há taças sujas com borra seca de vinho tinto no fundo. Elas estão ao lado de uma garrafa vazia que, por um momento, penso em levar até o contêiner de lixo embaixo do prédio. Apressadamente bato a porta antes que minha consciência me force a ficar em casa e arrumar tudo. Acabo levando o lixo para fora e lavando a louça. Não é incomum que o meu apartamento esteja bagunçado. Eu costumo me isolar enquanto estou trabalhando. Compro vinho, queijo e bons pães, aí hiberno por alguns dias. Quando a matéria está terminada, saio da toca e dou uma volta.

*

O barulho da rua me entontece. Minha própria companhia silenciosa nos últimos dias me deixou sensível aos sons da cidade. A exaustão dos carros soa mais alto, e o som da conversa das pessoas é atordoador depois de dias praticamente em silêncio total. Respiro fundo e aprecio o perfume da primavera. O arbusto de lilás na esquina floresceu como que por mágica. Suas lindas cores estão enfeitando a parede sul do café. Alguns turistas passam pelo arbusto e levam consigo a fragrância doce como mel do início do verão. Com um pouco de dificuldade, os turistas puxam as cadeiras debaixo da mesa do café. As pernas da mesa são de ferro, retinindo alto contra os paralelepípedos. Inspiro fundo, fundo o suficiente para meus ombros subirem e descerem junto com a respiração. É a primeira porção de ar fresco que respiro em dias. Não é o mesmo que estar sentada aqui. Quando meu rosto está iluminado pela tela do computador naquelas longas noites, meus dedos cansam antes da minha cabeça, e meus ombros e costas começam a reclamar antes que as minhas ideias tenham sido transmitidas ao papel. Nesses momentos, é como se o tempo estivesse voando. Eu esqueço se é dia ou noite. Não que isso me importe. Gosto do som do teclado quando meus dedos dançam pelas teclas, como se fosse um piano antigo. Quando as ideias são transformadas de pensamentos abstratos e etéreos em argumentos concretos e matérias convincentes, tenho uma grande sensação de satisfação.

Eu rememoro as vezes em que estávamos na sala dele. O ensaio que tinha me custado tanto tempo e tanta energia, e que eu achava ser impossível de melhorar, ele ainda fazia correções nele. Ele escrevia à caneta em todas as páginas. Marcava um parágrafo inteiro e escrevia uma longa nota na margem da folha. Depois de terminar, o ensaio que eu lhe mostrara com tanto orgulho estava coberto de círculos, linhas e comentários. Naquele momento, parecia que a vergonha era maior do que o que eu podia aguentar. Acho que ele sentia a minha decepção. Mesmo assim, não dizia nada. Porque não demorava muito até ele pegar minha mão e afastar o cabelo do meu rosto. Até ele beijar meu corpo inteiro, me deixando de cabelo em pé e fazendo minha calcinha cair quase que sozinha. Quando eu voltava para casa, totalmente exausta e satisfeita, olhava suas correções. Inevitavelmente, ele tinha razão, no fim. Todos os seus comentários e incentivos deixavam a redação mais vibrante, a mensagem mais clara e o texto mais preciso.

O perfume dos lilases recém-floridos seduz as minhas narinas e me leva de volta ao café, de volta aos turistas que jogam conversa fora e aos carros que buzinam e passam velozes pelos paralelepípedos.

Luc me cumprimenta com beijinhos nas bochechas, como é seu costume.

– Por onde você andava? – diz ele. – Sentimos sua falta nos últimos dias.

Ele rapidamente arruma a minha mesa de sempre. Com um pano úmido, limpa as migalhas inexistentes. Seca a mesa com um pano branco.

– Estava escrevendo uma matéria para uma série do La Parisienne– digo, alongando os braços por cima da cabeça. Minha blusa sobe um pouco, expondo uma faixa da minha barriga.

– Sobre o que você anda escrevendo? – pergunta ele, olhando em meus olhos.

– Sobre mulheres na política – respondo. – Eu sigo elas por um ou dois dias na política, mas também na vida privada. Não são só suas visões políticas que interessam, é também a pessoa por trás do político.

Estou pensando sobre a matéria que terminei faz pouco. A política que eu estava acompanhando era direta e intimidadora, tanto comigo quanto com seus colegas e filhos. Apesar disso, ela tinha conseguido aprovar diversas medidas que fizeram da Paris que eu conhecia um lugar ainda melhor. Eu sabia que se não focasse nela como mãe, ela perderia apoiadores na carreira política. Isso porque mesmo quando uma mulher é uma política forte e capaz, fazendo um bom trabalho, ainda corre o risco de ser tachada de mãe relapsa. Uma mulher pode ser muitas coisas e realizar todo tipo de trabalho, pensei, mas se não for uma mãe competente, ninguém dá a mínima para ela.

– E ficou bom? –pergunta Luc, interrompendo meus pensamentos.

– Acho que sim – digo, dando de ombros. – Pelo menos espero – acrescento, enquanto a memória da expressão concentrada e dos óculos marrom do meu professor surge em minha mente.

Minha mente percebe seus olhos percorrendo a matéria que recém terminei. Consigo ver sua caneta colorindo o documento e a rapidez com que ele o revisa. Sorrio com essa imagem e me sento.

Antes de eu atinar, Luc já me trouxe uma xícara de cappuccino e um cinzeiro.

– Você é um anjo – digo.

O sorriso dele é tão largo que seus olhos desaparecem por um instante, sendo substituídos por fendas minúsculas em seu rosto. Sem dizer nada, ele anda displicentemente até o bar.

As janelas do café estão abertas, de modo que as áreas interna e externa estão misturadas. Sinto o ar morno do fim da manhã atingindo meu rosto. Sopro o café, fazendo a espuma ondular. Acendo meu primeiro cigarro e me recosto na cadeira. A fumaça nos meus pulmões relaxa meu corpo, e não demora muito para eu acender outro. A fumaça em minha boca e a sensação de cócegas na garganta trazem a memória dele, é irresistível. A fumaça que era como uma tênue neblina sobre seu rosto e corpo. A fumaça que ficava nas suas roupas recém-passadas como uma lembrança amorosa. Enquanto o suor evaporava dos nossos corpos, e antes de voltarmos às roupas que tanto nos separavam um do outro – o professor e a aluna –, nós dividíamos um cigarro ou dois.

O som de um prato sendo suavemente posto na mesa rapidamente dissolve a teia da memória.

– Ainda quentinho do forno – diz Luc, com os braços dobrados nas costas.

O calor do croissant atinge meu queixo, e o cheiro da manteiga cremosa faz meu...



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